Eles não têm medo, jamais se cansam e não se perturbam quando o soldado ao
lado desaparece em uma explosão. Quem são eles? Os robôs militares. Sua presença em campos de batalha são um prenúncio ao final de milênios de monopólio humano sobre as atividades de guerra. “A ficção científica está chegando ao campo de batalha. O futuro está próximo”, disse Peter Singer, pesquisador da Brookings Institution, em uma conferência de especialistas do Army War College dos Estados Unidos, este mês, na Pensilvânia. Singer acaba de publicar um livro que acompanha a ascensão dessas máquinas e prevê que nas guerras do futuro elas desempenharão papel maior não só na execução de missões como em seu planejamento. Estatísticas confirmam um crescimento considerável dos sistemas robotizados. As forças dos EUA que invadiram o Iraque em 2003 não contavam com robôs para confronto direto. Agora, para as próximas guerras, os EUA contarão com ajuda de 12 mil robôs terrestres e sete mil veículos aéreos não tripulados (UAVs), o termo técnico para aviões robotizados. Os robôs terrestres salvaram centenas de vidas no Iraque ao desarmar dispositivos explosivos improvisados, que respondem por mais de 40 por cento das baixas norte-americanas. O primeiro robô armado entrou em ação no Iraque em 2007, e conta com sistema especial de armas, reconhecimento e observação remota e ação direta. A metralhadora M249 com a qual está equipado pode atingir alvos a mais de mil metros de distância, com precisão milimétrica. No ar, o mais conhecido dos UAVs, o Predator, matou dezenas de líderes Iraquianos e dezenas de civis. Os Predator’s são controlados por operadores instalados na base Creech da força aérea dos EUA, em Nevada, a 13 mil quilômetros do Afeganistão e dos santuários do Taleban no lado paquistanês da fronteira afegã. Os pilotos acomodados em Nevada não correm quaisquer riscos físicos, o que representa uma novidade para homens envolvidos em uma guerra.
Fonte: Reuters