A era vitoriana começou em 1837, quando a rainha Victoria ascendeu ao trono britânico, e durou até 1901, quando morreu. Assim como qualquer outro período da história da humanidade, este período ficou marcado por dezenas de invenções estranhas, porém curiosas, criadas para ajudar as pessoas na época. Separamos nesta lista 10 destas invenções. Você irá se surpreender ao conhecer cada uma delas e descobrir para quê elas serviam. Veja a seguir:
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1. Caixões fúnebres com sistema de segurança anti-engano
Já ouviu falar naquelas histórias em que alguém que havia morrido acordou durante o velório? Pois é, isto já aconteceu várias vezes no passado e por vários motivos. Existe uma doença conhecida como catalepsia patológica, por exemplo, que faz com que a pessoa fique com os músculos enrijecidos (como uma estátua) e como se estivesse em um sono profundo, uma espécie de coma.
Os métodos usados pelos médicos para determinar o óbito das pessoas durante a era vitoriana era bem diferente dos métodos usados hoje, e pessoas com distúrbios como este acabavam sendo enterradas vivas por engano. Muitas vezes só descobriam o engano quando abriam o caixão mais tarde e viam ele todo danificado pelo lado de dentro, indicando o esforço que a pessoa desempenhou ao tentar sair dali. Então, para evitar que enganos como estes matassem pessoas por engano, algumas empresas passaram a construir caixões com sistema de segurança, que de alguma maneira ajudavam os “falsos mortos”.
2. Caixas balanço para banhos de ondas
Muitos vitorianos acreditavam no uso de água para tratar lesões, curar doenças e melhorar o seu bem-estar de uma maneira geral. Isso muitas vezes os motivavam a viajar para córregos e rios, para que pudessem tomar banhos especiais de água corrente. Estes rios e riachos eram muitas vezes localizados longe das cidades, o que significava que a maioria das pessoas deixavam suas casas durante vários meses para irem até o local se banhar. Então eles inventaram as caixas balanço, para que as pessoas então pudessem então tomar banhos de ondas sem precisar viajar para longe de casa. Caixas balanço se pareciam com banheiras regulares, exceto pelo fato de serem curvas, para permitir que os usuários se balançassem durante o banho para simular o movimento de correntes de água dos rios. As caixas eram feitas em diferentes modelos e tamanhos, dependendo do fabricante.
3. Xícaras Bigode, para cavalheiros bigodudos
Um bigode bem cuidado era o orgulho de um cavalheiro vitoriano. Os homens na época até mesmo colocavam cera no bigode para que ficassem com a aparência suave e ao mesmo tempo resistente. Isso, no entanto, trazia alguns problemas, pois a cera derretia sempre que algum bigodudo bebia chá ou café. Isto levou à invenção da “xícara bigode”, esta com aparência bizarra na imagem acima. As xícaras foram criadas por um homem chamado Adams Harvey.
Elas eram praticamente como uma xícara de café comum, exceto pelo fato de haver em sua entrada uma guarda semicircular que protegia o bigode dos cavalheiros. Depois do invento, surgiram também as colheres bigode, que também se pareciam com as colheres normais, mas que também tinham uma guarda levantada na ponta para proteger o bigode. Xícaras e colheres bigode começaram a sumir do mercado somente após a Segunda Guerra Mundial, época em que os homens começaram a raspar os bigodes.
4. Motor Scouts
As Motor Scouts foram inventadas pelo inventor britânico Frederick Richard Simms entre 1888 e 1889. É um dos primeiros veículos armados do mundo equipados com uma metralhadora. O problema é que a única proteção do veículo ficava na frente da metralhadora, então os soldados tinham que torcer para encontrar os inimigos de frente, porque se alguém chegasse de repente pelos lados… bye bye!
A invenção, é claro, acabou não sendo usada na guerra, afinal quem teria coragem de subir uma montanha ou enfrentar os terrenos acidentados de campos de batalha pedalando um quadriciclo pesado destes e ainda correndo risco de vida? Melhor ir à pé mesmo! Problemas à parte, a invenção acabou inspirando a criação dos primeiros carros de guerra blindados.
5. Escovas de cabelo rotativas automáticas
Escovas de cabelo rotativas eram máquinas com aparência bem bizarra. Eram basicamente escovas de cabelo equipadas com motores. Foram inventadas por que acreditavam na época que o uso de uma máquina automática para escovar o cabelo era um sinal de progresso. As escovas de cabelo eram ligadas a um sistema de rodas e polias e alimentadas por turbinas hidráulicas, motores a vapor, ou motores a gás, mas as versões iniciais eram movidos por pessoas mesmo.
As máquinas foram utilizadas principalmente para escovar a cabeça, embora sua patente indicava que também poderiam ser usadas para escovar o corpo (durante o banho) e até mesmo para escovar roupas. A escova rotativa foi inventado por Edwin Gillard Camp, que até mesmo alugava as máquinas para cabeleireiros na época.
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6. Linhas de trem Atmosféricas ou Pneumáticas
Os trens de hoje funcionam com eletricidade ou com diesel. No passado, eles funcionavam a vapor e carvão. Na Inglaterra vitoriana, eles eram movidos a ar. Havia dois tipos de trens movidos a ar: os atmosféricos que ficavam por cima da terra, e os trens pneumáticos, que se moviam no subsolo. A primeira estação de trem atmosférica do mundo foi inaugurada na Irlanda em 1844 e logo em seguida na Inglaterra.
Os trens dependiam de várias “estações de bombeamento”, encontradas a cada 3 km de distância ao longo dos trilhos, para bombear o ar necessário para a locomoção do trem. O sistema ferroviário mais tarde foi encerrado devido ao seu alto custo de manutenção e o fato de que os ratos muitas vezes comiam os revestimentos de couro usados para selar os dutos de ar.
Os trens pneumáticos, por outro lado, foram inventadas na Inglaterra após o serviço postal londrino ter solicitado um meio mais rápido de transporte para o governo. A London Pneumatic Dispatch Railway (LPDR), ou “Ferrovia Londrina de Despacho Pneumático”, foi então criada e se tornou a primeira ferrovia pneumática do mundo. Além de encomendas, a ferrovia também era usada para transportar pessoas de um lugar para o outro. Assim como as ferrovias atmosféricas, as ferrovias pneumáticos também tinham um custo de manutenção muito alto, e pior ainda, só podiam realizar as manutenções por um curto período de tempo (nove minutos no máximo), por causa da falta de ar dentro dos dutos. Além disso, eles eram muitas vezes obrigados a entrar dentro dos tubos para puxar os trens para fora com uma corda sempre que estes quebravam.
7. Máquinas movidas à manivela para punir detentos
As prisões da era vitoriana eram famosas por inventar dispositivos de punição para os detentos, especialmente para aqueles que eram condenados a penas de prisão com trabalhos forçados. Um destes dispositivos foi a “crank”, uma engenhoca bizarra feita com uma manivela conectada a uma caixa pesada cheia de pedras. Presos eram obrigados a rodar a manivela várias vezes se quisessem receber sua refeição ou bebida. Se não virassem a quantidade de vezes que pediam, perdiam sua refeição e permanecem dentro da jaula até que conseguissem girar o número de vezes necessário.
Alguns condenados chegavam a girar a manivela até 10.000 vezes por dia, e guardas da prisão muitas vezes apertavam parafusos para tornar a máquina mais difícil de girar. Alguns presos que tinham problemas e que não conseguiam girar as manivelas eram colocados em outra invenção chamada “camisa de força”, mas a diferença entre esta e as camisas de força que você conhece é que nesta eles eram pendurados em uma parede, onde permaneciam lá sem se mexer por até seis horas.
8. Cintos de cólera
A era vitoriana foi marcada por epidemias de doenças, principalmente a febre tifoide e a cólera, quando a higiene pessoal era precária na época. Os esgotos eram despejados diretamente em rios sem pré-tratamento, onde as pessoas iam buscar água para beber e cozinhar. Além disso na época as pessoas defecavam em valas abertas. Sabemos hoje que a cólera é causada por alimentos contaminados, mas os vitorianos não sabiam. Muitos deles acreditavam que era causada pelo mau cheiro ou pelo contato. Eles também não sabiam como tratar adequadamente alguém infectado com cólera.
Então criaram algo que de acordo com eles seria a solução, “cintos de cólera”, que acreditavam que iriam protegê-los da cólera. Na realidade, os cintos não faziam nada, mas eles usaram os cintos amplamente na época, até mesmo no serviço militar, onde oficiais médicos do exército britânico usavam para “tratar” soldados com cólera. Os militares acreditavam tanto nos cintos inúteis que eles mantinham um sempre em mãos para o caso de surtos.
9. Eletrofones
Eletrofones faziam parte do serviço de mídia de Londres, Inglaterra, que permitiam que as pessoas escutassem notícias, espetáculos de teatro e até mesmo missas de igrejas, direitamente pelo fones sem sair de casa. O primeiro desses dispositivos foi o “Theatrophone,” inventado na França por Clement Ader em 1881. Para ligar, tudo o que o usuário precisava fazer era chamar a telefonista e pedir para ser ligado ao teatro, igreja, etc. Os usuários também podiam falar com o centro de eletrofone para solicitar uma música específica se quisessem. O serviço era oferecido por assinatura, custava 5 libras por ano lá na Inglaterra. A transmissão via eletrofone terminou em 1925, após a invenção do rádio e suas transmissões gratuitas.
10. Pênis Jugum
O sexo era considerado um ato de imoralidade na era vitoriana, mesmo entre casais. A única vez que eles faziam sexo era quando eles queriam ter filhos, algo que mesmo assim era considerado como um “pecado inevitável”. Acreditavam também que a masturbação era algo igualmente pecaminoso, além de ser a causa de uma doença chamada “espermatorreia.” Os sintomas de espermatorreia incluíam irritação, ansiedade, cansaço, loucura, e, finalmente, a morte.
Para curar as pessoas do pecado da masturbação e ao mesmo tempo evitar que pegassem a tal doença, inventores criaram vários dispositivos anti-masturbação. Um deles foi o “pênis jugum”, uma engenhoca de metal bizarra com dentes afiados. Os homens eram obrigados a usar tal engenhoca na base do seu pênis para impedir que cometessem o pecado. Se quisessem pecar, seu “amiguinho” sairia bem machucado. Uuui!